Num dia café faz bem, no seguinte é taxado de perigoso. O mesmo acontece com ovos, chocolate e uma série de outros alimentos, que fazem seguidas idas e vindas do céu ao inferno ao sabor das pesquisas.
Uma das poucas unanimidades na pantanosa área da investigação dos benefícios dos alimentos parece ser o vinho tinto. A despeito de ser uma bebida alcoólica e, por isso, precisar ser consumida com moderação, o vinho só tem sido motivo de boas notícias. Já foi associado a redução do risco de doenças cardíacas e ao aumento da longevidade. Agora, segundo um novo estudo, pode contribuir para prevenir a obesidade. O segredo mais uma vez é o resveratrol, substância de nome feio e belas promessas, abundante no vinho tinto. Um estudo da Universidade de Ulm, na Alemanha, mostrou que o resveratrol pode reduzir a quantidade de células de gordura. No estudo, com camundongos, o resveratrol teve o mesmo efeito que uma dieta. E testes com células humanas mostraram que ele impede a proliferação das células precursoras das que armazenam gordura. Baseada nas descobertas, a pesquisadora pamela Fischer-Posovszky disse que o consumo moderado de vinho teria um efeito preventivo contra a obesidade, o que explicaria o chamado paradoxo francês, ou o fato de os franceses terem uma alimentação relevantemente rica em gordura mas apresentarem uma taxa menor de morte por doenças cardíacas. Porém, ninguém sabe os efeitos do resveratrol a longo prazo e, por isso, a recomendação do consumo moderado é sempre reforçada.